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6 de dezembro de 2017A cirurgia bariátrica, também conhecida como cirurgia de redução do estômago, é uma cirurgia que tem como objetivo reduzir o peso de pessoas com o IMC muito elevado.
No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), 51% da população tem sobrepeso (51% das mulheres e 50% dos homens); 8,5% apresentam obesidade leve; 0,6%, obesidade moderada; e 3%, obesidade mórbida (4% das mulheres e 2% dos homens).
A educação alimentar e a adoção de hábitos de vida saudáveis são a principal estratégia de prevenção. A cirurgia bariátrica apresenta os melhores resultados para o tratamento da obesidade grave, em especial quando associada a doenças.
As diretrizes têm sido seguidas pela maioria dos especialistas em obesidade, porém há casos especiais e exceções, que consideram o histórico familiar de comorbidades e a idade dos pacientes.
Indicação de cirurgia bariátrica
No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM), pela resolução de 2010, segue os critérios do NIH de 1991. A Agência Nacional de Saúde (ANS), por meio da resolução 262, que passou a vigorar em 2012, incluiu a cirurgia bariátrica por via laparoscópica no rol de cobertura mínima obrigatória dos planos privados de assistência a saúde.
Além desses critérios, o paciente necessita de avaliação e preparo psiquiátrico e/ou psicológico, com o objetivo de conseguir adequada adaptação às alterações pós-operatórias.
Técnicas cirúrgicas atuais
A cirurgia bariátrica baseia-se em uma mudança anatômica do trato gastrintestinal no sentido de diminuir o aporte calórico ao organismo.
Há duas maneiras possíveis de alcançar esse objetivo:
(1) promover restrição mecânica pela criação de um pequeno reservatório gástrico com a via de saída estreitada (cirurgia restritiva) (2) desviar segmentos variáveis do intestino delgado, em que ocorre diminuição da absorção dos alimentos (procedimento disabsortivo). Algumas técnicas utilizam os dois mecanismos supracitados e são denominadas cirurgias mistas.
A cirurgia pode ser executada por laparotomia ou videolaparoscopia, sendo que a laparoscopia cresce cada vez mais no mundo.
Complicações
- Perda de peso insuficiente e reganho de peso. Em torno de 5% dos pacientes submetidos a cirurgia não conseguem perder mais de 40% do excesso ponderal (10 a 15% do peso total). A principal causa de perda de peso insatisfatória é a ingestão de alimentos líquidos e pastosos com um alto teor calórico, bem como de lanche ou alimento rico em gordura e ingestão alcoólica excessiva. Além disso, é ainda mais comum o paciente perder peso e reganhar uma parcela considerável do peso perdido em até 2 a 3 anos. Um recente estudo brasileiro, esse percentual chegou a 50% após 24 meses, sendo maior no grupo dos super obesos.
- Síndrome de Dumping. Pode acontecer após a ingestão de alimento hipertônico ou rico em açúcar. Caracteriza-se por náuseas, vômitos, tontura, mal-estar e sudorese que ocorrem em menos de 1 hora após a refeição.
- Hipoglicemia pós-prandial. Pode ser associada ou não a nesidioblastose, é uma rara complicação tardia da DGYR. Ela se manifesta 1,5 a 3 h após a refeição, e sua patogênese parece estar relacionada a secreção aumentada de incretinas (em especial, o GLP-1)
- Deficiências nutricionais. Desnutrição proteica e deficiência de oligoelementos e minerais. Anemia ferropriva, deficiência de vitaminas B12, D, dentre outras, são os mais comuns.
Falarei mais sobre esse assunto num próximo post. Caso queira ler mais sobre obesidade em meu site, clique aqui.
É importante que seja consultado um endocrinologista. Para saber se o médico é endocrinologista, associado à SBEM, procure aqui.